Claudio Manuel da Costa
A LIRA PALINÓDIA
Vem, adorada Lira,
Inspira-me o teu canto:
Só tu a impulso tanto
Todo o prazer me dás.
Já a alma não suspira;
Pois chega a escutar-te:
De todo, ou já em parte
Vai-se ausentando o mal.
Não cuides, que te nego
Tributos de outra idade:
A tua suavidade Eu sei inda adorar;
Desse perdido emprego
Eu busco o encanto amado;
Amando o meu cuidado,
Jamais te hei de deixar.
Performance Centro Cultural De Novo Hamburgo
Vê, de meu fogo ardente,
Qual é o ativo império:
Que em todo este hemisfério
Se atende respirar.
O coração, que sente
Aquele incêndio antigo,
No mesmo mal, que sigo,
Todo o favor me dá.
Se tanto bem confesso,
Ou seja noite, ou dia,
Jamais essa harmonia
Espero abandonar.
Não há de a tanto excesso,
Não há de, não, minha alma
Desta amorosa calma
Meus olhos serenar.
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